Crítica | Beau Tem Medo

danilo
Por danilo - Danilo De Oliveira Add a Comment
A24/Reprodução

Em 2018, Hollywood conheceu Ari Aster, um diretor que utilizou o terror de um jeito tão impactante que tornou seu primeiro trabalho, Hereditário, um clássico instantâneo do gênero na ultima década.

Depois de explorar ainda mais seu estilo bizarro para contar historias traumáticas como em Midsommar, o realizador entregou seu projeto mais ambicioso e por que não estranho com Beau Tem Medo, longa que traz Joaquin Phoenix em seu elenco e discute os problemas familiares do seu protagonista da forma mais Aster de contar, para o bem ou para mal.

A história acompanha o paranoico Beau (Joaquin Phoenix) em uma “odisseia” para visitar a própria mãe. Essa jornada será uma viagem marcada por “eventos imprevistos e singulares”

Reprodução

O longa é montado em cinco atos bem segmentados, cada um mais perturbador que o outro, ampliando a escala do absurdo com uma falta de naturalidade propositalmente incômoda. O horror aqui surge com uma ideia muito mais dramática e psicológica e estranha que muitos outros projetos que a A24 costuma trazer. É quase como um Forrest Gump as avessas que Aster criar aqui, visto a jornada e a sucessão de eventos estranhos que vão acontecendo ao Beau.

A relação conturbada com a mãe, sem dúvidas, existe como uma porta de entrada para entender o texto. Aster bola o humor de forma excêntrica para comentar sobre a ansiedade constante sob a qual vivemos, o peso de uma vida solitária, além de como celulares nos coloca num estado de distanciamento pessoal ainda maior.

Pra trazer essa psicodelismo e fazer ela funcionar, o elenco sabe embarcar muito nessa viagem do diretor. Joaquin Phoenix interpretar um Beau na fase adulta e simplesmente é a força motriz do longa. O ator dá vida à fragilidade paralisante de Beau em uma interpretação no ponto para passar verdade e ainda se encaixar em um mundo caricato.

A24/Reprodução

Patti LuPone brilha com uma atuação poderosa como a mãe do protagonista. Do outro lado, Parker Posey traz frescor e rouba a cena sempre que aparece com um jeito estranhamente hilario.

Beau Tem Medo, é uma obra estranha, que é genial e bizarra ao mesmo tempo. Não será um filme pra todos os públicos, mas Aster não está disposto a fazer algo no minimo convencional e apresenta um longa repleto de simbolismos.

Share This Article
Por danilo Danilo De Oliveira
Follow:
Soteropolitano, Fotógrafo, 37 anos e um hobbit que tem como seu precioso a cultura pop, em principal o cinema, séries e games!
Leave a comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *