Crítica | Sobreviventes: Depois do Terremoto

O filme estuda o comportamento humano em um ambiente pós-apocalíptico

Elaine Lima
4.5
Crítica | Sobreviventes: Depois do Terremoto

Explorando de forma provocativa a reorganização social após um devastador terremoto em Seul, “Sobreviventes: Depois do Terremoto” do diretor Um Tae-hwa, selecionado pela Coreia do Sul no Oscar de melhor longa-metragem internacional deste ano, mergulha nos dilemas morais de aproximadamente cem residentes do complexo Hwang Gung Apartments. Sob a liderança de Yeong-tak, o filme questiona como a comunidade se estrutura após a destruição das instituições, mantendo um tom solene ao retratar os moradores.

Nomeado Delegado Residente após corajosamente enfrentar um incêndio, Yeong-tak lidera a sobrevivência no complexo, enfrentando a ausência de ajuda com um esquema de cores cinza, destacando a perspectiva sombria dos personagens. Em meio ao desastre, regras emergem, incluindo a exclusão de não residentes, distribuição proporcional de comida e tomada de decisões por consenso democrático.

A produção concentra-se nos blocos de apartamentos, destacando a sensibilidade da habitação pública na Coreia do Sul. Desafiando a noção de capitalismo durante a destruição da cidade, o filme introduz um comércio de escambo, onde água, óleo e isqueiros tornam-se recursos valiosos. Com a entrada de Hye-won, a trama se aprofunda, questionando justiça e estabilidade na emergência, transformando-se em um mistério moral explorando as profundezas da depravação humana.

Ao explorar os confins do caos, o filme mergulha nas profundezas das ações humanas em busca de sobrevivência e nutrição, revelando uma dinâmica onde o egoísmo muitas vezes suprime o cuidado coletivo. A dualidade da natureza humana é desafiada, explorando os limites da persistência moral e questionando a complexidade dos princípios diante da brutalidade da sobrevivência.

Ao longo do filme, somos confrontados com a rapidez com que relegamos os mais necessitados à desumanização, percebendo-os como uma ameaça à nossa própria sobrevivência. A exploração cinematográfica destaca a frágil linha entre empatia e autopreservação, lançando luz sobre a complexidade moral que emerge em situações críticas.

No desfecho, apesar de sua sombra, o filme Sobreviventes: Depois do Terromoto atinge um ápice emocional, desencadeando uma cena impactante que não apenas desafia nossa perspectiva, mas também insinua que, mesmo em um mundo caótico, há espaço para redescobrir significado. Em meio à desesperança, a obra provoca a reflexão: até que extremos alguém está disposto a ir para salvaguardar aquilo que é seu? Esta indagação mergulha na complexidade humana, explorando os limites éticos em tempos de crise, onde as decisões podem transcender as convenções morais convencionais em prol da sobrevivência.

Crítica | Sobreviventes: Depois do Terremoto
4.5
Nota 4.5 out of 5
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Soteropolitana, jornalista e publicitária, tenho 28 anos, sou muito fã da Beyoncé e cinema é o meu hobbie favorito. Amantes dos romances sejam em séries, filmes ou livros.
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