Crítica | Anatomia de uma Queda

O longa se destaca ao desafiar as convenções comuns dos mistérios e dramas

Elaine Lima
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Crítica | Anatomia de uma Queda

Acima de tudo, com uma direção impecável e atuações cativantes, o filme Anatomia de uma Queda reinventa o gênero investigativo ao mergulhar nas montanhas dos Alpes franceses, onde Justine Triet nos presenteia com uma trama repleta de mistério e drama judicial. Sandra Hüller brilha no papel de uma autora alemã acusada de matar o marido, enquanto seu filho cego se torna uma testemunha complexa. Traz todo o drama de um filme bom, Anatomia de uma Queda já é grande aposta de premiações.

Ao longo da narrativa, as acusações e mentiras se desdobram, revelando as complexas dinâmicas familiares e explorando as sutis nuances psicológicas dos personagens. Com uma abordagem original e envolvente, o filme transcende as convenções do gênero, oferecendo uma experiência cinematográfica intrigante e emocionante.

A história, fica ainda mais complicada quando descobrimos que o filho perdeu a visão em um acidente, e Sandra culpa o marido por isso. Isso traz uma nova reviravolta à trama, com muitos sentimentos ruins entre os membros da família e segredos sendo revelados. Isso deixa o clima emocional do filme bem tenso.

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Conforme a história se desenrola, as pessoas começam a se acusar e a contar mentiras cada vez maiores. Sandra, interpretada por Hüller de forma muito convincente e calma, adiciona muita emoção ao filme. E aí a gente fica na dúvida se ela é boa ou má até o final. O filme mantém a gente preso, e mostra como os problemas entre famílias são difíceis de resolver,  também nos faz pensar sobre o que é certo e errado. É uma experiência cinematográfica que prende a atenção e nos faz refletir sobre muitas coisas.

“Anatomia de uma Queda” desafia o padrão comum dos filmes de mistério, optando por uma abordagem distinta. Em vez de se concentrar em surpresas e momentos emocionantes, o filme nos conduz por um caminho diferente, estimulando a reflexão sobre os acontecimentos e apresentando uma investigação forense mais humanizada. Não se limitando apenas ao que ocorre, ele nos instiga a ponderar sobre os motivos por trás dos eventos e seu significado para os personagens. Assim, em vez de simplesmente aguardar passivamente pelo desenrolar da trama, somos convidados a participar ativamente da experiência, mergulhando em reflexões enquanto acompanhamos a narrativa.

Essa escolha de focar na investigação forense não só torna a história mais interessante com muitos detalhes, mas também a deixa mais inteligente. Saindo de meros espectadores, para integrantes ativos da trama. Eles precisam prestar atenção nas pistas forenses que vão surgindo e usar essas informações para formar suas próprias opiniões sobre o que está acontecendo. Isso cria uma ligação mais profunda com a história, tornando-a mais envolvente e instigando os espectadores a pensar, refletir e interpretar os eventos à medida que se desenrolam.

Assim, o longa se destaca ao desafiar as convenções comuns dos mistérios e dramas. Ao se recusar a seguir os padrões convencionais, ele traz uma nova perspectiva ao gênero, elevando-o a um nível mais sofisticado. Essa abordagem inovadora não só surpreende o público ao quebrar suas expectativas, mas também oferece uma exploração mais profunda e complexa da trama. Ao fazer isso, o filme acrescenta uma camada de refinamento ao já conhecido gênero investigativo, tornando-o fresco e cativante para o espectador. Dessa forma, “Anatomia de uma Queda” convida o público a se envolver de maneiras mais profundas e desafiadoras, proporcionando uma experiência que vai além do simples entretenimento, estimulando reflexões e debates sobre a narrativa e seus significados subjacentes.

Crítica elaborada por Sérgio Zansk (@cine.dende)

Crítica | Anatomia de uma Queda
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Nota 5 out of 5
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Soteropolitana, jornalista e publicitária, tenho 28 anos, sou muito fã da Beyoncé e cinema é o meu hobbie favorito. Amantes dos romances sejam em séries, filmes ou livros.
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