Crítica | A Cor Púrpura

Remake do clássico de 1985 chega hoje as telonas

Elaine Lima
Foto: Divulgação
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Crítica | A Cor Púrpura

Com uma produção impecável e atuações cativantes, o filme A Cor Púrpura mais uma vez marca o retrato de uma sociedade e nos presenteia com uma trama musical, de superação e muita resiliência. Separada da irmã e filhos, Celie enfrenta muitas dificuldades na vida, incluindo um marido abusivo. Com o apoio da cantora Shug Avery e sua enteada, Celie encontra uma força extraordinária nos laços inquebráveis de um novo tipo de sororidade.

A história se passa em uma época na qual a sociedade era machista, racista e essa protagonista não tem a quem recorrrer, a não ser Deus. Porém, ao longo dos anos, ela vai entendendo que o mundo pode e deve ser muito mais do que trabalhar e servir ao seu marido. É uma tarefa tão prazerosa ver a Celie se descobrindo nas amizades, através de sua força. A Cor Púrpura levanta temas muito relevantes que geram discussões bem interessantes pós filmes, não só tratar da violência contra mulher, mas machismo, patriarcado.

Trinta e nove anos se passaram, e A Cor Púrpura segue com a mesma força. De lá pra cá, os atores dessa nova versão constroem também sua marca, com diversos elementos que fazem a história funcionar perfeitamente. E mesmo hoje, é difícil chegar a uma explicação plausível sobre como Cameron obteve o êxito de chacoalhar tantos elementos batidos e fazê-los funcionar perfeitamente a seu favor. Titanic é um filme alcance e efeitos mágicos. Celie e Nettie formam uma relação que nós queremos ver mais e mais em tela, é louvável a paciência e riqueza com que o roteiro prepara o reencontro das duas, em cima de diálogos e olhares que mostram a falta que uma fez pra outra por quase 30 anos.

Assim, no centro da narrativa, está a excelente interpretação de Fantasia Barrino como Cellie. A atriz além de dar vida a uma mulher que não tem permissão de sonhar ou interagir, canta muito bem e consegue transmitir muita emoção através dos seus olhos. Também a interpretação de Danielle Brooks como Sofia merece destaque. Isso porque a atriz é versátil no desenvolvimento de uma mulher forte, a frente do seu tempo mas que tem uma virada de chave muito interessante na história.

“A Cor Púrpura” (2024) é um drama emocionante que aborda com muita sensibilidade assuntos delicados referentes a mulheres negras nos Estados Unidos. Dessa forma, a dor e o sofrimento são temas recorrentes nas situações, justamente pra demonstrar a vitória dessa protagonista de forma dura mais revigorante. No fim de tudo, A Cor Púrpura se tornou um dos meus favoritos do mês. Sofia entrou no meu ranking de coadjuvantes preferidas, e se tornou uma personagem que eu desejo que todos conheçam. O filme nada mais é um retrato de diversas reflexões tão extraordinárias quanto seus personagens.

Crítica | A Cor Púrpura
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Nota 5 out of 5
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Soteropolitana, jornalista e publicitária, tenho 28 anos, sou muito fã da Beyoncé e cinema é o meu hobbie favorito. Amantes dos romances sejam em séries, filmes ou livros.
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