Crítica | As Bestas

Uma reflexão profunda sobre a natureza humana e as complexidades das relações interpessoais

Elaine Lima
Foto: Divulgação
3.5
Crítica | As Bestas

As Bestas, dirigido por Rodrigo Sorogoyen, é um thriller psicológico que transporta os espectadores para a paisagem selvagem da Galícia, onde os atores Denis Ménochet e Marina Foïs dão vida a Antoine e Olga, um casal francês ansioso por um novo começo. O filme desvenda uma trama repleta de detalhes, capturando a tensão crescente à medida que os protagonistas enfrentam não apenas os desafios da terra, mas também a hostilidade palpável dos habitantes locais.

O thriller contundente com Marina Foïs e Denis Ménochet:
FOTO: Divulgação

A narrativa se desenha com imagens filmadas em câmera lenta, revelando uma tradição local de homens confrontando cavalos selvagens. Esta cena serve como um retrato evocativo que estabelece uma poderosa metáfora ao longo do filme: a luta entre espécies, refletindo as tensões humanas.

Xan (Luis Zahera) emerge como um vilão, personificando uma criatura hostil que lança provocação e insultos a Antoine, criando uma perfeita dinâmica. A linguagem corporal ameaçadora do antagonista, capturada com destreza pela câmera, se entrelaça com uma partitura ansiosa, aprofundando a atmosfera de pavor que permeia cada cena. O jogo de dominó, carregado de tensão, torna-se um microcosmo das hostilidades locais, explorando perspectivas que intensificam a sensação de ameaça.

Imagem promocional de As Bestas, onde a personagem Olga segura uma ovelha
FOTO: DIVULGAÇÃO

A trama se desenvolve à medida que Antoine e Olga enfrentam um pesadelo com os novos vizinhos, suspeitando de sabotagem em sua colheita. Apesar de buscar ajuda policial, Antoine encontra resistência, optando por documentar as hostilidades crescentes. Ignorando os alertas de Olga, a situação se agrava, culminando em uma cena climática, evocativa da abertura ritualística, que é tanto perturbadora quanto inesquecível.

De forma hábil, o filme desloca o foco de Antoine para Olga, explorando as consequências emocionais das ações do marido. A atmosfera opressiva e o desenrolar dos eventos contribuem para um clima de tensão constante, expondo as complexidades e os desafios que surgem quando indivíduos confrontam hostilidade e resistência em um novo ambiente.

Não se limitando a um thriller convencional; é uma exploração intensa da fronteira perigosa entre vizinhança e instinto humano. Sorogoyen, junto com a co-roteirista Isabel Peña (O Candidato (2018), expõe emoções humanas, explorando como a pressão e preconceitos moldam as reações dos personagens. A hostilidade amplifica as fissuras nas personalidades, evidenciando a fragilidade em cada indivíduo.

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As Bestas oferece não apenas suspense e tensão, mas também uma reflexão profunda sobre a natureza humana e as complexidades das relações.

Crítica elaborada por Sérgio Zansk (@cine.dende)

Crítica | As Bestas
3.5
Nota 3.5 out of 5
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Soteropolitana, jornalista e publicitária, tenho 28 anos, sou muito fã da Beyoncé e cinema é o meu hobbie favorito. Amantes dos romances sejam em séries, filmes ou livros.
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