Crítica | Ferrari

Renata Pinheiro
Foto: Reprodução/Diamond Films
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Crítica | Ferrari

“Ferrari”, o aguardado retorno de Michael Mann à direção, é uma cinebiografia que mergulha no verão de 1957 para nos apresentar uma visão detalhada da vida pessoal de Enzo Ferrari, interpretado brilhantemente por Adam Driver. O filme não apenas retrata os dramas conjugais de Enzo com Laura, vivida por Penélope Cruz, mas também sua luta para salvar sua empresa à beira da falência.

A aposta arriscada de inscrever seus pilotos na Mille Miglia, uma corrida automobilística, muda o destino da marca e de sua própria vida, especialmente após um trágico acidente durante a competição que custou a vida de um de seus pilotos e de outras nove pessoas.

O destaque do filme reside nas performances excepcionais de seu elenco. Adam Driver e Penélope Cruz formam uma dupla icônica em cena, com Cruz particularmente merecedora de reconhecimento pela sua interpretação envolvente e cativante. Além disso, o elenco de apoio, incluindo Shailene Woodley, Patrick Dempsey e o brasileiro Gabriel Leone, acrescenta camadas de complexidade e profundidade ao enredo, que já é tenso por si próprio.

Foto: Adam Driver e Gabriel Leone / Reprodução| Diamond Films

A produção se beneficia enormemente dessas performances, bem como das excelentes cenas de corrida, cuja fotografia habilmente imerge o espectador na ação. Os momentos na pista são capturados com uma intensidade que faz com que o público se sinta parte da corrida, especialmente para os entusiastas do automobilismo, como eu.

Mas, o longa não se limita a ser apenas um filme de corrida. Ele é, essencialmente, um melodrama familiar, explorando o tema da morte e das tragédias que parecem pairar sobre a vida de Enzo Ferrari. Mann conduz o filme de forma clássica, com um toque de sombriedade e brutalidade, mas também com momentos de emotividade e um certo humor.

Foto: Reprodução/Diamond Films

Os diálogos são ricos em ironias e melancolia, transmitindo as dinâmicas pessoais dos personagens de maneira intensamente cativante. A habilidade de Mann na direção é evidente em cada cena, desde os closes intensos nos rostos dos personagens até a utilização impressionante das paisagens italianas como pano de fundo. Ele aproveita tudo, por todos os ângulos.

Destaque criativo para o momento da tragédia final, definida por sua violência brutal e intensa, onde nitidamente foi direcionada a ser rápida e impactante, ressoando com o público. A montagem e a fotografia estão no seu melhor, e o som contribui para criar uma experiência audiovisual imersiva nas cenas de corrida. É surreal o ronco dos motores dentro da sala de cinema.

“Ferrari” é mais um triunfo do mestre Michael Mann, uma cinebiografia envolvente que oferece uma visão fascinante da vida e do legado de Enzo Ferrari. O filme chega aos cinemas nesta quinta-feira (22) e vale muito a pena conferir!

Crítica | Ferrari
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Nota 4 out of 5
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Nascida em Salvador, tenho 30 anos e sou Relações Públicas. Sou leitora compulsiva e trouxa assumida! Choro vendo filmes, acredito em amor à primeira vista, príncipe encantado e sou a louca dos signos! Ah! Também sou viciada em doramas e em Fórmula 1.
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