Crítica | Vidas Passadas

Past Lives busca a verdadeira essência do que significa pertencer e amar.

Elaine Lima
Foto: Divulgação
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Crítica | Vidas Passadas

Celine Song, apresenta uma reflexão sobre o amor, relacionamentos e escolhas, mergulhando fundo na experiência humana com maestria e serenidade. Inspirada por obras marcantes como Amor à Primeira Vista (1984) e Antes do Amanhecer (1995), ela guia os espectadores por uma história que ultrapassa o convencional, explorando os caminhos da jornada de um casal e mergulhando no tecido das possibilidades. Sendo uma representação autêntica das experiências comuns a todos.

Ao longo de 24 anos, acompanhamos os encontros entre Nora (Greta Lee) e Hae Sung (Teo Yoo), amigos de infância cujas vidas tomam rumos inesperados. Hae Sung, em um relacionamento, carrega um desejo por Nora enquanto que esta progride em outro país. as motivações de ambos permanecem envoltas em descompassos, revelando uma complexidade de emoções.

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Nora, ancorada em elementos evidentes de sua vida, torna-se uma espécie de eco para as ansiedades dos personagens masculinos ao seu redor. Sem deixar de expor o conflito emocional vivenciado por ela, oferecendo espaço para a exploração de sua vulnerabilidade.

Arthur (John Magaro), é o único branco na trama e ao expressar abertamente suas inquietações, ganha um tom carinhoso, enquanto proporciona reflexões sobre imigração e destaca as dificuldades de atingir certos padrões. Esse ponto também é evidente no diálogo entre as mães de Hae Sung e Nora, antes da mudança da família.

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Song, ao basear o filme em seu reencontro tenso com um namorado de infância, reflete sobre perdas, racismo e misoginia. Contudo, as complexidades emocionais são suavizadas na tela, em prol de uma acessibilidade mais ampla. A história de imigração de Nora é simplificada, e a conexão entre Hae Sung transmite uma tensão emocional, adicionando camadas à história.

Portanto, a obra se destaca pela habilidade da diretora em entrelaçar harmoniosamente o aspecto mais elevado e o lado comum da vida. Cada escolha minuciosamente explorada na trama carrega um poder transformador, à medida que os conceitos de amor e amizade se revelam misteriosamente maleáveis, mas inegavelmente interligados. O elenco principal merece aplausos por retratar conflitos internos e momentos de êxtase através de gestos sutis, adicionando profundidade e autenticidade à história.

Juntamente com uma trilha sonora marcante, composta por Christopher Bear e Daniel Rossen, complementa de maneira sublime cada aspecto narrativo. Durante a jornada, Nora, rompe seu vínculo de possibilidades, mas o choro nos braços do marido revela camadas de dificuldades pessoais.

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Assim, “Vidas Passadas” vai além de uma  narrativa individual, e explora o que verdadeiramente nos conecta. Preservando sua dinâmica de quadros e perspectivas amplas, torna-se uma experiência singular, capaz de inspirar reflexões duradouras sobre a complexidade das relações humanas e as escolhas que moldam nossas vidas.

Crítica elaborada por Sérgio Zansk (@cine.dende)

Crítica | Vidas Passadas
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Nota 5 out of 5
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Soteropolitana, jornalista e publicitária, tenho 28 anos, sou muito fã da Beyoncé e cinema é o meu hobbie favorito. Amantes dos romances sejam em séries, filmes ou livros.
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