Oscar 2024: Reflexões sobre as ausências de Greta Gerwig e Margot Robbie entre os indicados

Desafios e Ironias da Representatividade Feminina no Oscar: A ausência de Greta Gerwig e Margot Robbie em "Barbie" como símbolo do machismo persistente na Indústria Cinematográfica

Renata Pinheiro
Diretora e atriz principal do filme "Barbie", Greta Gerwig e Margot Robbie no Golden Globes 2024 via Getty Images

A mais recente lista de indicações ao Oscar 2024 trouxe consigo uma reflexão profunda sobre a persistência do machismo na indústria cinematográfica, destacando-se pela ausência notável de Greta Gerwig na categoria de melhor direção por “Barbie” e Margot Robbie na categoria de melhor atriz, também por sua atuação em “Barbie“. Esta omissão gerou discussões acaloradas sobre o papel da Academia na promoção da igualdade de gênero e sobre o estado atual da representatividade feminina no mundo do cinema.

O sucesso estrondoso de “Barbie” em 2023, arrecadando US$ 1,44 bilhão em todo o mundo, não foi suficiente para garantir reconhecimento às mulheres por trás das câmeras. Greta Gerwig, a primeira mulher a dirigir três filmes indicados ao prêmio principal, e Margot Robbie, protagonista e produtora do filme, foram inexplicavelmente ignoradas nas categorias de direção e atuação, respectivamente. A ironia atingiu seu ápice ao observarmos que o personagem masculino, Ken, interpretado por Ryan Gosling, obteve uma indicação ao Oscar, como melhor ator.

O enredo de “Barbie” revela as complexidades do machismo na sociedade contemporânea, destacando como o personagem Ken luta por atenção, refletindo a desigualdade de gênero presente no mundo real. A não indicação de Margot Robbie e Greta Gerwig para o Oscar de 2024 pode ser vista como uma ironia cruel, onde a personagem feminina é subestimada, enquanto o interesse amoroso masculino é reconhecido e celebrado.

O Contexto Histórico da Representatividade Feminina no Oscar

Imagem/Reprodução

Desde a primeira edição do Oscar em 1929, a representatividade feminina na direção e em outras categorias importantes tem sido um desafio persistente. Mesmo em 2024, a presença de mulheres diretoras na lista de indicados ao principal prêmio da noite ainda é uma raridade. Ao longo dos anos, apenas cinco mulheres foram indicadas à categoria de melhor direção, somando 1% das indicações ao longo da história do Oscar.

Em contraste, a premiação de 2010 foi um ponto luminoso, com dois filmes dirigidos por mulheres na lista de indicados a melhor filme. Kathryn Bigelow se tornou a primeira (e única até o momento) mulher a vencer o prêmio de melhor direção por “Guerra ao Terror“. No entanto, desde então, Greta Gerwig foi a única mulher indicada nos últimos nove anos, demonstrando a persistência do desequilíbrio de gênero na indústria.

O Machismo no Oscar e na Indústria do Cinema

A questão sobre o machismo, no Oscar ou na indústria cinematográfica em geral, é complexa e intrincada. A falta de oportunidades para mulheres na direção e em outras funções chave é, em primeira instância, um problema sistêmico na indústria cinematográfica. No entanto, o Oscar desempenha um papel significativo ao chancelar produções e influenciar as narrativas que são amplamente reconhecidas.

Indicar ou não mulheres para categorias importantes reflete o machismo arraigado na indústria, mas também perpetua um ciclo onde a falta de reconhecimento leva à falta de oportunidades. O Oscar, ao premiar e reconhecer determinadas produções, tem a responsabilidade de impulsionar uma mudança significativa na representatividade de gênero no cinema.

Os acontecimentos recentes são um lembrete contundente de que, apesar dos avanços, a indústria cinematográfica ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar a igualdade de gênero. O machismo, evidenciado pela disparidade na representação e reconhecimento, destaca a necessidade urgente de uma transformação profunda e sistêmica na forma como as mulheres são valorizadas e celebradas no mundo do cinema. Enquanto a indústria e o Oscar continuarem a negligenciar o talento feminino, a luta pela igualdade de gênero no cinema permanecerá uma batalha crucial e inacabada.

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Nascida em Salvador, tenho 30 anos e sou Relações Públicas. Sou leitora compulsiva e trouxa assumida! Choro vendo filmes, acredito em amor à primeira vista, príncipe encantado e sou a louca dos signos! Ah! Também sou viciada em doramas e em Fórmula 1.
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