Crítica | Madame Teia

Morbius encontra seu sucessor como pior filme de herói

Elaine Lima
Foto: Divulgação
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Crítica | Madame Teia

Com um orçamento de US$ 80 milhões, Madame Teia foi anunciado pela Sony como uma grande produção de super-heróis, mas na verdade parece apenas mais um filme comum, de um universo ainda menos importante. A história se passa em 2003, em um mundo similar ao do Homem-Aranha, mas sem conexões diretas, seguindo as jornadas de Ben e Cassie Webb, com sutis referências ao vasto universo da Marvel. No entanto, o filme mostra sinais de insegurança e parece ter sido feito apenas para tentar expandir o universo cinematográfico da Sony.

O enredo, co-escrito por Matt Sazama e Burk Sharpless, mistura elementos de Morbius ao contar a história de Cassie e suas premonições ligadas a uma aranha peruana. No entanto, a narrativa carece de uma direção clara, resultando em cenas desconexas e personagens pouco aproveitados. Apesar de tentar explorar os poderes de Cassie, o filme falha em oferecer uma representação visual adequada. Madame Web apresenta inconsistências internas e momentos de lógica questionável.

Foto: reprodução/TMDB

Inicialmente pensado em 2019 como uma extensão do universo do Homem-Aranha, apenas para pegar carona no sucesso de filmes como “Venom” e “Homem-Aranha no Aranhaverso”. O enredo gira em torno de uma idosa clarividente dos quadrinhos. No entanto, acabou se transformando em um suspense estrelado por Dakota Johnson, no papel de uma paramédica jovem e muito confusa. Depois de várias refilmagens, o filme agora é vendido como algo totalmente separado em seu próprio universo, mas parece mais uma tentativa desesperada de seguir uma tendência do que uma história autêntica.

“Madame Teia” se revela um filme confuso, com uma narrativa desarticulada e repleta de pontos de interrogação. A história acompanha uma paramédica que adquire poderes de premonição após uma experiência de quase morte, enquanto tenta salvar três adolescentes. As referências ao Homem-Aranha são escassas, resultando em uma trama frustrante e desconexa.

A trama fracassa totalmente, e não consegue prender a atenção de quem assiste, principalmente por não ter suspense ou emoção, não tendo nada a ver com o mundo dos super-heróis, o que faz a história parecer ainda mais falsa. Os efeitos especiais são horríveis, a ação é chata e os diálogos são sem graça.

Foto: reprodução/TMDB

O desempenho de Dakota Johnson no papel principal é desanimador, principalmente devido à sua falta de envolvimento e energia. Johnson, parece deslocada e inadequada para o personagem, revelando os limites de suas capacidades neste papel específico. Sua atuação é apática e mal avaliada, falhando em transmitir a urgência necessária para um filme desse gênero. Além disso, a interação entre Dakota Johnson e suas colegas de elenco, como Sydney Sweeney e Zosia Mamet, deixa muito a desejar. Sweeney parece completamente fora do lugar interpretando uma estudante do ensino médio, sua atuação não convence e destoa do restante do elenco. Por outro lado, Mamet tem um papel pequeno e estranho, que parece ter sido inserido na narrativa de forma forçada, não se encaixando na dinâmica frenética do filme. Isso contribui para uma sensação de desarticulação e falta de coesão na trama.

Uma das escolhas mais confusas do filme é o completo descarte de qualquer menção ao Homem-Aranha, mesmo se passando em seu próprio universo. Essa decisão diminui significativamente a ligação do filme com o espectador. A ausência de referências ao Homem-Aranha parece uma falta de respeito aos elementos fundamentais do universo em que a história está inserida, e com certeza deixará os fãs desapontados e distanciados da trama.

A narrativa do filme está longe de ser coesa e bem desenvolvida. As subtramas são pouco explicadas, como a gravidez da irmã de Ben Parker, interpretada por Emma Roberts, e o destino dos três adolescentes vestidos de super-heróis. A falta de explicação desses elementos importantes deixa um vazio na história, tornando difícil se envolver emocionalmente com os personagens e suas jornadas.

Em comparação com o filme do Morbius, “Madame Teia” parece uma produção ainda mais desprovida de alma. Enquanto o filme do Morbius, mesmo com suas falhas, pelo menos tenta criar uma atmosfera sombria e intrigante, parece perder-se em uma teia de decisões criativas mal tomadas. Enquanto Morbius, apesar das críticas, ao menos tentou algo novo no universo dos super-heróis, o filme parece preso no passado, incapaz de acompanhar o ritmo dos filmes contemporâneos do gênero. Ambos os filmes sofrem com subtramas mal explicadas e falta de coesão narrativa, mas “Madame Teia” parece ainda mais desconectado e desatualizado em um momento em que o público busca por narrativas envolventes e originais.

Crítica elaborada por Sérgio Zansk (@cine.dende)

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Soteropolitana, jornalista e publicitária, tenho 28 anos, sou muito fã da Beyoncé e cinema é o meu hobbie favorito. Amantes dos romances sejam em séries, filmes ou livros.
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